“Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir…
Socorro!
Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada…
Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena, qualquer coisa!
Qualquer coisa que se sinta…
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva”
Hoje, fez um dia lindo e eu estava de folga. Sai da aula e fui ate Kensington Gardens, um dos meus parques favoritos. Eu, minha camera e meu iPod – companhias mais que suficientes. Estava ouvindo o album do Arnaldo Antunes que tem uma musica que eu adoro chamada ‘Socorro’, com a letra acima. E foi entao que lembrei o quanto gostava dessa musica por me sentir tao identificada nos ultimos 2 anos em Sao Paulo. Estava com sede de sentir algo, qualquer coisa, vivendo uma vida que estava longe de ser ruim, mas parecia sem cor, monotona, previsivel demais…sem emoções.
Lembrei nesse momento, que esse era um dos motivos que me faziam querer tanto viajar – queria que algo mudasse, independente do sentido. Mudou. Essa musica, ja nao eh mais a minha musica, ao menos nao agora. Aqui, em Londres, eu senti todas essas emocoes descritas. Morri de medo e parecia um gatinho acuado, dormindo encolhida na cama, virei uma manteiga derretida e choro a torto e direita, gargalho alto, cai de amor a primeira vista, tive paixao platonica, raiva, felicidade, tristeza e mais paixoes. Parece tudo junto e ao mesmo tempo – mudando como o clima, do jeito que tem de ser. Ou como o Marc dizia, longe de casa, parece que a gente estah no Big Brother e tudo eh mais intenso, ateh mais dramatico. Talvez por isso seja mais facil ‘fall in love’.